sexta-feira, 9 de março de 2012

Inventando amores exagerados

Perdido sem pai nem mãe, o Maior Abandonado estava largado no mundo; andava tão down. Até que ele encontrou sua flor, seu bebê, e deu-a o codinome Beija-flor. E largou tudo, dinheiro; carreira e canudo. Pediu a mão do Beija-flor, pedindo um pouquinho de proteção e foram pra qualquer lado, Solidão que nada! O Beija-flor passou a cuidar do Maior Abandonado, mesmo que ele sendo uma pessoa egoísta e ruim. Foram para a Bahia, no embalo da rede; matam a sede na saliva. Talvez voltem qualquer dia. Lá vivem pequenas porções de ilusão e veem a sessão coruja até o dia nascer feliz. Convencidos de que o céu faz tudo ficar infinito. Por que eles são assim? Sempre a fim de uma dose, lembram que o banheiro é a igreja de todos os bêbados. Queriam ter uma bomba, um flit paralizante qualquer. Ou talvez apenas uma ideologia pra viver. Não ligavam para as caras tristes, fingido que eles não existem. Seguem sua estrela, seu brinquedo de star. Pagam o preço por não serem medíocres, gargalham de tudo. Não fazem poesia, pois ainda há burguesia. Não entendem como pode alguém tão demente, porra louca, inconsequente e ainda amar.
Vivem um amor com sabor de fruta mordida; transformam o tédio em melodia; aguam o bom do amor; sonham acordados pra não sentirem dor. Seus pais não os conhecem, seus amigos são chatos e seus cachorros não os lambe. Agora estão em cima do muro assistindo a tudo, já que suas piscinas estão cheias de ratos. O partido deles? É o coração partido. Suas ilusões estão todas perdidas. Seus sonhos? Todos vendidos. Tão baratos, ah! Eu nem acredito!
Estão inventando tudo isso pra se distrair. Correndo na direção contrária, com suas metralhadoras cheias de mágoas. Sobrevivem da caridade de quem os detesta. Às vezes se odeiam por quase um segundo, depois se amam mais. Não buscam o paraíso, pois até o poeta fecha o livro. As possibilidades de felicidade são egoístas. Por isso inventam! Forram as paredes do quarto de miséria com manchetes de jornal, pra ver que não é nada sério. Desprezam que os ensinou que a tristeza é uma maneira da gente se salvar depois. Seus crimes não compensam. Estão cansados de tanta caretice, tanta babaquice; dessa eterna falta do que falar. Vivem num clipe sem nexo. Vagam na lua deserta... dizem alô ao inimigo... encontram um abrigo... inventam o amor! Exagerados! Tiveram seus destinos traçados na maternidade. Simples como uma filosofia de calçada... Simples como trazer mil rosas roubadas. A unica certeza que eles tem, é que O TEMPO NÃO PARA!

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