domingo, 18 de novembro de 2012

Meio punhado de frases sem nexo

Ouvi dizer que muitos temores nascem do cansaço e da solidão. Talvez o cara que me disse isso, estava certo. Talvez todo esse medo tenha sido criado por uma frustração a qual não aprendi lidar. Tudo que consigo é vomitar meia estrofe sem sentido, na tentativa de amenizar toda a aflição de ser, apesar de tudo, mais uma supérstite à bordo desse barco chocado contra um iceberg de dejetos, inundando e imundando nossas cabeças, de modo que não dá para limpá-las. E fedemos. Porque já somos podres por dentro. E quando apodrecemos, tudo em nossa volta parece podre.
Mas sobrevivemos. Mesmo não sabendo. Não sabemos sobreviver. Não sabemos sobre viver. E vagamos. Por aí, desrumados. Esperando por algo que nos salve. Mas ninguém poderá nos salvar. É estupidez querer salvar um peixe que nada contra a correnteza por vontade própria para fadigar o máximo suas nadadeiras e sucumbir de cansaço. É o mesmo que trancar um pássaro na gaiola por ele querer voar pra longe, se estivesse solto, para ganhar o céu, conhecer novos horizontes e canções.
Há coisas que não nos compete mudar. Nem sempre haverá devires ou vontade de que haja. Não queremos encarar o que há devir, ou o que há de vir. Sobreviver, não sei. Sobre viver, sei menos ainda.