sábado, 3 de dezembro de 2011

Madrugada fria, sentimentos à flor da pele, respiração ofegante, acabara de acordar de um pesadelo. Mais um entre tantos. Era algo difícil de acostumar-se; ter sonhos ruins todas as noites, por vezes sofria com isso mesmo quando acordada. Seu subconsciente insistia em passar os mesmo filmes, os mesmos dramas. Teve seus sonhos perdidos, viver em vão teria tornado-se algo natural nos últimos tempos. Chorar agarrada aos cobertores na calada da madrugada de inverno já não resolvia mais, suas dores tanto físicas quanto psicológicas a impedia de qualquer reação perante tamanha frustração.
Sentia-se só como nunca antes. Monólogos constantes com seu eu-interior, fazia isolar-se do mundo, o qual cada vez que tera contato, cansava-se. Em semanas, envelhecera anos. Perdia-se na utopia de um lugar mais belo, sem egoísmo e ódio. Talvez seu abatimento todo seria por sentir falta do que nunca teve, como compreensão; paciência ou amor - quem sabe? Sua vida não seguia um roteiro perfeito de uma comédia romântica, tampouco de um conto de fadas e ela sabia disso.
Diria o poeta: "Quando se aprende a amar, o mundo passa  a ser seu", ela sabia amar, as pessoas ao seu redor, não. Não que ela esperasse algo em troca, pois sabia que amar nem sempre é recíproco e se amar esperando recíprocidade, não é digno de amor. Existem pessoas indignas de amor? Qualquer pessoa pode sentir amor, embora confundam-o com outros sentimentos. Mas sim, podem existir.
Sua tristeza não era amar sem ser amada. Compreender sem ser compreendida. Ou ter paciência para com os outros e ninguém ser paciente com ela. Sua melancolia partia de seu interior, era mais complexo. Tal complexidade que ela não conseguia decifrar, era um paradoxo de si mesma. Sua mente cansada, seu corpo morto, mal conseguia mexer-se na cama. Buscou soluções. Pensou em muitas. Encontrou uma num frasco de calmantes, acabou enfim seu calvário. Ela agora pode descansar.

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