sábado, 10 de dezembro de 2011

Amor?

Acordaram com a luz do sol incidindo em seus rostos. A noite tinha sido bem aproveitada, depois de uma garrafa de uísque barato, um maço de cigarro vagabundo e uma noite de amor. Ambos estavam vívidos e sentiam-se renovados.
- Onde vais?
- Embora.
- Mas ainda é cedo e hoje é domingo.
- eu sei, mas tenho alguns trabalhos pra fazer.
- Quando voltas?
- Não sei, marcamos ao longo da semana.
- Eu te ligo - (pra dizer tudo o que sinto) silêncio - pra saírmos.
- Pode deixar, eu te ligo.
- Promete?
- Não gostas de promessas, lembra?
- É, eu sei. Mas isso me acalma.
- Tu e tuas obsessões por mentiras sinceras.
- Eu e minha obsessão por ti.
- Te ligo então. Beijos.
- Ei, me dê um abraço? Vou sentir tua falta.
- Mas nos veremos ainda essa semana!?
- Eu sei.
- Por que estás chorando?
- Não sei.
- Como não sabe?
- Gostas de mim?
- Sim.
- Sabes o que é amor?
- Sei.
- O que é?
- Talvez eu não saiba explicar.
- Como não sabes?
- Amor não é só dizer coisas meigas, é muito além. É acima de tudo pensar primeiro na felicidade do outro, até mesmo antes de pensar na tua. E por isso vou embora.
- Como?
- Não posso te fazer feliz, nem ser feliz. Não há porque eu ficar.
- Mas... mas o quê? Me fazes feliz apenas por existir.
- Sinto muito.
- Não vá, por favor.
- Não posso ficar.
- Pode sim, espere! Volte! AMAR É QUERER A FELICIDADE DO OUTRO, TU QUEM DISSESTE!
- Eu sei, eu não te amo. - gritou ele do elevador.

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