terça-feira, 11 de dezembro de 2012


Encontramo-nos em um grande processo de autoconhecimento - vida.
Conhecemo-nos mas não nos compreendemos.
Tarefa árdua e demasiadamente ociosa,
Então nos retiramos do mundo, para facilitá-la.
E tal tarefa deixa de ser o que foi para ser penosa e melancólica.
Deixamo-nos ver quem realmente somos, se não o reflexo da doença do mundo.
Tentamos mudar no que não nos compete, porque não temos coragem de encarar a mudança que deveria vir de nós.
Não é covardia. Não é temor. Apenas é assim.
Desenhamos um lindo sol e acreditamos que esteja ali e onde quer que estejamos.
Vimo-nos em um grande espelho e percebemos a falta de imunidade perante a epidemia de alienação.
O mundo não está ao contrário. Somos nós que estamos de cabeça para baixo.
Forçando tanto peso nela que nos impossibilita de pensarmos.
Refugiamo-nos do mundo. Encontramo-nos presos em grades de nosso consciente, que nem sempre é tão consciente.
Caímos em uma abismo de vazio.
Aquele velho vazio -
o mesmo que reclamávamos que havia no mundo.
Imagem real e virtual - a imagem e semelhança.
Dois vazios -
Dois doentes -
Dois refugiados sem abrigo.

Um comentário:

  1. Talvez a incerteza da existência de um ponto final para essa questão fundamental - a vida - seja um bom motivo para que se deixe ela de lado, ou não. Antes de ser compreendida, ela precisa ser vivida. Penso ser algo tão humano esse medo de mudança, que mais simples seria apenas tomar o lado negativo das coisas e transformar em algo positivo - e isso é viver bem. Por mais prisão que o consciente seja, é também a chave para a liberdade que não conhecemos, pois tendo tantos seres humanos com medo de mudar - sendo que é realmente necessário que mudemos alguma coisa, que transformemos o que já temos em algo melhor - ficamos inertes e nos tornamos excelentes teóricos, ao invés de por algo em ação. Concordo com o que dizes sobre nós estarmos de cabeça para baixo, o mundo em si não fez nada, nós é que fizemos dele tudo o que é, e sendo assim podemos fazer dele o que quisermos. Acredito que todas as grandes mudanças do mundo surgiram de pessoas que perceberam que havia algo de errado e se propuseram a achar uma solução para isso, e, por mais que não desse certo, apenas a consciência de ter tentado me parece algo recompensador e creio que essas pessoas pensaram da mesma maneira. Se hoje temos um pote vazio, amanhã podemos tê-lo cheio d'água, pronto para alguém que precise beber.

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